Penthouse . Estoril . Portugal

Ouve-se o mar, mesmo ali ao lado. Mas aqui a vida faz-se num ambiente de praia citadina. Estamos ligados ao que nos rodeia, mas sobretudo uns aos outros, pois esta é uma casa de família.

 

A luz e a música sentem-se por toda a casa. Os objetos da casa, alguns herdados, conferem uma personalidade própria a cada espaço. O canapé francês, com a pintura gasta que lhe traz o sabor do tempo, anuncia La Salle de Famille. É ele que relembra a importância da família. E depois, as cadeiras encontradas em Itália dos anos 50, os tons neutros com os brancos quebrados a bege, com apontamentos a cor de carvão, recordam-nos que todos temos uma personalidade única. Que todos temos direito a contar a nossa própria história.

Essa história, que passa de geração em geração, está registada na mesa. É lá que encontramos as frases importantes da família, uma carta para a vida. E é neste manifesto de relações humanas que a casa se desenrola. As portas pintadas a azul céu atuam como um fio condutor entre espaços e o pé direito alto apoia a conversa.

À mesa de jantar são partilhadas aventuras e desventuras. Os pretos e brancos, com os detalhes do lilás das flores, complementadas com o tom das pratas, oferecem a possibilidade da descoberta.

Os detalhes vivem um pouco por toda a parte. No lavabo social são as paredes em gesso, com relevo trabalhadas à mão, num esforço de paciência e perfeição, complementadas por um espelho veneziano, que sobressaem. A bandeja de prata cinzelada da India, onde os incensos e as flores se encontram, criam aromas que nos fazem querer ficar. E é na união das bergeres ligadas entre si, que sentimos esta garantia de união e força. Afinal, são precisas duas pessoas para manter a direção.

A música percorre toda a casa através do piano. Entra pelas divisões, acomoda-se por momentos, para depois invadir corações e estimular sentimentos. A realização de um sonho.

As caixas de escritório indo-portuguesas, simples pedras portuguesas, cocos trabalhados na Índia no Século XVIII, alguns contadores, as madeiras misturadas com as pratas e o tabuleiro onde se reúnem as diferentes peças de coleção tornam os espaços vivos.
Mas na suite principal o ritmo abranda. Este é um santuário a dois. Os manequins embrulhados em detalhes de rendas, o papel de parede em palhinha e a pintura leve crua, oferecem tempo. Tempo para refletir.

No topo do edifício, deitados sob as janelas, perdemo-nos no mar sem limites ou na piscina que convida a uma descontração total. O convite à preguiça é complementado pelos cadeirões e pelo colchão forrados a pele. Afinal, esta luz é para aproveitar. Para fechar os olhos e pensar nas aventuras que se avizinham, que merecem ser celebradas em família.

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