Os convidados estão a chegar e a magia a começar. As velas acendem-se, a música inicia-se. A festa vai arrancar. Deixem o verde entrar pelos claustros dentro. Abram as portas à natureza, com as arcadas preenchidas pela vegetação, trepadeiras a perder de vista. Este é um jardim encantado.
São as árvores imponentes, oliveiras, carvalhos e muitas outras, que casam com a solidez do espaço e nos lembram que há algo a nascer.
O som das folhas a tocarem-se, os aromas da natureza, o tom água que nos conduz ao encanto e doçura da aniversariante. Sobre as peças de pedra nascem molhos de bolbos, jacintos, rosas, recordando a mudança das estações, o fluir da natureza.
As mesas espelhadas refletem a beleza da luz das velas, oferecendo um toque de magia a uma noite única. É sob o seu olhar atento, que se assiste ao renascimento da natureza que brotou ali, lembrando-nos que nunca estamos completos, partilhando connosco a capacidade de nos transformarmos, a necessidade constante de avançar.
Na escada ajardinada, onde as velas pousam numa conversa silenciosa com as festucas salteadas, o sentimento é de paz. Aos molhos, em tonalidades de rosas, brancos e carmim, as flores exibem-se como numa festa de primavera. Os regadores aparecem pela mão experiente de quem está habituado a desejar as boas vindas, num traje a rigor em que as galochas marcam presença. São as guardiãs dos jardins, entusiastas da alegria e da diversão.
As mesas convidam ao diálogo, com as suas cadeiras de jardim em palha, onde são pousadas as pashminas. No centro das mesas nascem jardins estrategicamente desarrumados, onde a terra à vista das festucas e os barros em tons naturais são detalhes pensados. Este é um jardim onde tudo pode acontecer.
E, pousada com delicadeza, uma coroa de prata portuguesa recorda as festas da ilha da Terceira, simbolizando as raízes da anfitriã e lembrando que todos vimos de algum lado. Que, tal como as árvores e plantas à nossa volta, também nós temos raízes que nos conduzem a diferentes caminhos.