Riverside Apartment . Lisbon . Portugal

Lá fora o Tejo passa devagar contemplando os jardins e sorrindo a quem passeia no novo bairro de Lisboa. Da varanda vemos os barcos e ao longe a ponte que se estende pelo rio. Entre a casa e a paisagem, sempre a mesma e nunca igual, há enormes janelas que colocam a moldura neste quadro cheio de vida. Lá fora está a enigmática luz de Lisboa, dentro os tons serenos envolvem o ambiente. Um barco de madeira transporta pequenas flores para que o cheiro a fresco esteja presente.

Uma sala imensa ganhou três espaços que se interligam em detalhes estudados criando leveza e continuidade. A ver o rio está um sofá curvo, que transporta a eternidade do azul, onde a mesa de centro, em carvalho, se junta a duas mesas de apoio, mais pequenas, de cerejeira com elegantes pés de aço polido.

A luz que passa pelo linho branco deixa a calma. Tudo está sereno e tudo conversa com o rio. As eternas riscas, em tons amenos, são o principal detalhe das contemporâneas cadeiras da mesa de jantar, em castanho, com o tampo em mármore azul celeste.

Ao lado um grande e mágico espelho transforma-se em notícias e séries, que pedem o aconchego do sofá, lembrando o avanço tecnológico. Duas suaves poltronas vintage trazem o sol para dentro, enquanto as delicadas mesas de mármore panda, que parecem dançar no tapete, com finíssimos pés cromados pontuam o espaço.

A cozinha, pensada como uma continuidade da sala, é também um espaço para receber. As icónicas cadeiras em torno da mesa redonda conversam com os peixes do papel de parede. O mármore Calacatta Oro, vindo de Itália dá corpo e textura no espaço, contrastando com o ripado vertical de madeira das paredes.

 

 

 

Enquanto o contemporâneo conversa com o antigo, tudo foi criado para receber a nova família.
No lavabo a mistura dos verdes dos jardins e dos azuis do rio Tejo são transportados para as paredes através do papel de parede.

Os quartos recebem os tons que envolvem a casa, o rio abraça o descanso. As paredes, em estuque veneziano, conduzem-nos pelos ambientes.
As casas de banho urbanas, vão buscar inspiração à nova e industrial zona da cidade.

No quarto do bebé as estrelas acordam no céu e saltam para a parede, onde tudo é tão puro e leve que o sono do bebé se faz de ternura. No cortejo da noite um pequeno comboio de madeira passa devagar levando as inquietações para longe.

Fotógrafo: Pedro Ferreira
Texto: Cristina Freire

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